sábado, dezembro 30, 2006

Semana 12 / ECS 11 / Políticas Públicas na Educação

A qualidade de vida de uma comunidade está diretamente relacionada com a história de seu país, com a cultura, assim como com as condições sócio-econômicas e a qualidade da educação formal recebida. As políticas públicas visam justamente reduzir as mazelas advindas das desigualdades sociais a que tal comunidade sofrera ao longo desta história da qual também ela faz parte, procurando igualmente atender à necessidades tais que possam reverter a causa de nefasta realidade.

Porém, a fim de não emprestar uma aura utópica às afirmações aqui destacadas, endosso que as causas das presentes desigualdades só serão eliminadas com a satisfação dos direitos à educação, saúde, habitação, ao emprego e ao lazer, dentre outros, por parte da totalidade da população.

O foco acerca das políticas públicas vem aumentando nos últimos anos. Por conta disso, o interesse despertado, desde a formulação de tais políticas, assim como sua implementação e avaliação contribui para a manutenção de uma postura democrática a respeito. O cidadão passa a preocupar-se com o alcance dos programas sociais e não dispensa o acompanhamento dos mesmos.

Políticas públicas estão intimamente ligadas a outra expressão muito utilizada em todos os espaços de reflexão: qualidade de vida. Esta pode representar saúde, moradia digna, felicidade, etc, de acordo com aquele que procura defini-la. A despeito da concepção de cada um para com qualidade de vida, ela é de essência individual e coletiva.

Da mesma forma que cada dia mais se faz uso das expressões "políticas públicas" e "qualidade de vida", o termo cidadania é igualmente evocado quando se pondera acerca das duas primeiras. Isto se explica a medida que o exercício da cidadania é seu elo de integração, ou seja, o fortalecimento do empoderamento de uma comunidade está intimamente relacionado à busca de melhor qualidade de vida através da exigência da implementação de políticas públicas.

Que se entendam as políticas públicas como um conjunto de iniciativas que resultarão em execução de ações visando minimizar todo índice considerado negativo.Especificamente na área da educação, o índice de reprovação de alunos é, seguramente, o mais destacado, dentre três efetivas políticas públicas - PNLD, PNAE e PNME - trabalharei acerca da primeira, o Programa Nacional do Livro Didático.

O PNLD faz chegar em mãos de cada aluno da rede pública de ensino, em média, três diferentes livros, correspondendo a distintos componentes de desenho curricular de sua escola. Ainda que se faça uma crítica contundente à regionalização dos livros, explicitamente voltados para o estado de São Paulo em detalhes sutis como o emprego de vocabulário específico daquela unidade da Federação, ou que apenas poucas e grandes editoras detém o poder de edição e lucros astronômicos com a venda das coleções para o governo federal, é o livro didático, muitas vezes, o principal recurso de pesquisa e de leitura que muitos alunos possuem. Se considerarmos que o livro seja lido por seus familiares, o número de pessoas que dele se beneficiam praticamente quadruplica.

Pelo viés negativo, tem-se conhecimento de escolas que engessam seu cotidiano pedagógico em função dos conteúdos programados em tais livros, emprestando a estes um status de balizador da eficiência dos professores no desenvolvimento das atividades pertinentes às suas disciplinas.

Ao se permitir e estimular tal status ao uso do livro didático, resulta que professores em tais escolas sentem-se pressionados a estabelecer um determinado ritmo de inclusão de novos conceitos, induzidos à indiferença quanto ao "tempo" de cada educando. Aliás, peço a atenção para o emprego aqui da expressão "inclusão de conceitos", visto que em uma dinâmica que confere tal poder ao livro didático a construção de conceitos por parte do aluno, a partir de aprendizagens significativas, seria meramente um exercício de retórica.

Deixando de ser um dos recursos de pesquisa para tornar-se quase um guia - mor da sala de aula, o livro suprimiria assim as possibilidades de reflexão, de descoberta e conclusão, visto que tudo já foi pensado por alguém, este um desconhecido para a maioria absoluta dos educandos e educadores, e ali impresso como verdade inabalável.

Com relação a tais "verdades", lembro-me de uma determinada coleção que era utilizada nas escolas de nosso município e que, mais precisamente em seu livro de ciências para a 4ª série, alertava para a probabilidade dos ursos polares se extinguirem na Antártida. Flagrante da falta de apuro e veracidade de informação, o autor sequer sabia que os ursos polares não corriam tal risco, pois só habitam o Pólo Norte desde que a humanidade tomou conhecimento da existência de tais mamíferos.

Assim, ainda que sejam bem-vindas e indispensáveis as políticas públicas voltadas para a educação, sem aqui mencionar as demais, faz-se necessário respeitar, em um país continental como o nosso, as diferenças regionais, com suas especificidades sociais, econômicas e culturais. E urge propiciar aos alunos e seus responsáveis que participem também de reflexão quanto a escolhe dos títulos para o ano seguinte, em uma decisão transparente e enriquecedora, garantindo a todos os segmentos da escola o poder de decidir na mesma medida e com a maior paridade possível.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

SEMANA 13 / ECS 12 / AUTO-AVALIAÇÃO

Ainda que esta atividade tenha sido cancelada, resolvi tecer um pequeno comentário, apontando para uma avaliação breve do percurso até aqui trilhado.

Minha caminhada pessoal na interdisciplina Escola Cultura e Sociedade colocou-me em contato com pensadores múltiplos e suas idéias memoráveis acerca do homem e do mundo que o cerca. Confesso que guardava alguns pré-julgamentos em relação a alguns pensadores, principalmente Marx, pois suas idéias sempre estiveram na ponta da língua de pessoas que não necessariamente eu admirava por seus feitos e discursos. A interdisciplina desvinculou o pensador dos falastrões e motivou-me a rever minha postura até então arredia ante um texto do sociólogo alemão. Saldo positivo: pude compreender bem melhor as relações de trabalho, nem sempre dignas de aplausos.

domingo, dezembro 10, 2006

Seminário Integrador - Atividade 7 - Memorial



Eis que chega o momento de refletir acerca de todo o processo (semestre) que se encerra: como influenciou nossa prática no cotidiano da escola? Como interferiu positiva e/ou negativamente em nossa vida pessoal? Em que mudou nosso modo de pensar sobre educação? Enfim, temos uma espécie de grande "diário de bordo" pela frente como tarefa.

Percebo no memorial uma forma de sistematizar nossa caminhada, principalmente, individual no PEAD. Sua elaboração será o norte para a criação da apresentação aos colegas de uma de nossas produções já publicadas anteriormente e que cada um de nós escolherá por motivos bastante distintos, mas acredito que tendo um ponto em comum: a satisfação pessoal com o resultado de dias de dedicação.

Certamente o processo de composição do memorial não será fácil, mas riquíssimo. Oportunidade para ponderar, pesar o que foi feito e o que pensamos a respeito. Tão ímpar quanto a própria criação do memorial será a apresentação, tanto a nossa em particular quanto de cada colega. Quanta aprendizagem!

Vamos lá! É hora de arregaçar as mangas, mesmo encontrando-nos no final do ano letivo em nossas escolas, com todos os compromissos redobrados (fechamento de cadernos, conselhos, pareceres descritivos, registro e soma de notas, etc) e de darmos o melhor possível em mais esta proposta de trabalho.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO - Desafio 2



Este texto é um link a partir do desafio 1 da atividade "semana1a" do meu webfolio da interdisciplina em questão no ROODA.

O processo educacional tem no computador uma ferramenta de ensino-aprendizagem que pode desencadear transformações tanto no professor quanto no aluno. São transformações de ordem motivacional, emocional e de relação consigo mesmo, com o mundo a seu redor e com a sociedade que o constitui. Entretanto, numa escola que insista em práticas questionáveis (métodos de pesquisa equivocados ou inexistentes, memorização, competição, etc), o uso da informática correria o risco de reproduzir o que já é a práxis cotidiana, com uma compartimentação excessiva de espaços e tempos, com pouco destaque para o senso crítico e o discernimento frente a tantas informações disponíveis na rede mundial de computadores.

A começar pela escolha da sala que abrigará o laboratório de informática, a facilidade de acesso (inclusive por parte de cadeirantes, pessoas idosas e com dificuldades visuais) deve ser um ponto a merecer atenção especial. Planejando de forma inclusiva, imagine o equívoco por parte de uma equipe ao destacar uma sala ao final de um corredor no terceiro pavimento de um determinado prédio.

No tocante ao mobiliário, um dos pontos centrais em discussão no desafio número 2, este deve conter bancadas para acomodar os computadores clientes e uma mesa em particular para o computador servidor, ligado aos periféricos que o laboratório precisa disponibilizar: impressora e scanner. Interessante afixar em local estratégico, de fácil visualização por parte de todos os alunos, um quadro branco para intervenções por parte do professor facilitador. Esta disposição do quadro estaria condicionada à disposição das bancadas com os computadores: em formato de uma letra U, em uma sala de, no mínimo, 30 metros quadrados, a qual permitiria que o professor se deslocasse sem qualquer obstáculo de um ponto a outro, atendendo a todos os que solicitassem seu auxílio de imediato.

Uma escola que busca um maior contato dos alunos entre si, a fim de que possam experimentar a riqueza da troca de conclusões pessoais em busca de um parecer comum acerca de um determinado tema, obviamente optará pela disposição dos computadores de modo que não apenas facilite, mas promova tal interação. Algumas escolas optam pela reprodução do modelo comumente utilizado em sala de aula, no qual os alunos ficam em colunas que raras vezes são configuráveis de outra forma senão em um número fixo de alunos um atrás do outro, o que pode estar a configurar o receio dos educadores em permitir uma maior percepção da presença do outro enquanto ser que questiona, formula hipóteses, pesquisa e deseja compartilhar conclusões. O que torna a aprendizagem mais significativa é o envolvimento afetivo, seja com o professor, os colegas e o objeto de pesquisa. Uma escola que delimita fisicamente os espaços de atuação do aluno e do professor expropriaria ambos de uma interação mais profunda e enriquecedora.

terça-feira, dezembro 05, 2006

RETROSPECTIVA 2006 NA MINHA ESCOLA

 

sábado, dezembro 02, 2006

TEXTO FINAL ECS9 GRUPO G

Educação, trabalho infantil e feminino

Texto originalmente postado no blog da colega de grupo Magali Borne

Nas obras de Marx e Engels podemos identificar muitas questões relacionadas à educação, embora não tenham dedicado nenhuma obra específica a tal assunto. Mesmo desta forma, o aprofundamento é muito pertinente a época e contexto em que viveram. As situações produzidas pelo capitalismo foram propulsoras de suas opiniões e questionamentos acerca do tema. A primeira metade do século XIX há a consolidação do capitalismo e burguesia, contestados pelo movimento socialista e anarquista. O descaso com as questões sociais, especificamente a educação, juntamente com os problemas enfrentados pela população operária, colocam a educação e ensino em primeiro plano, considerando-o como instrumento de transformação.



O capítulo do livro que trata sobre Educação, Trabalho Infantil e Feminino apresenta qual o valor dado a educação, e quais as prioridades das famílias, que nem sempre consideravam os desejos e necessidades das crianças e adolescentes.O autor considera incorreta a participação de crianças e adolescentes na indústria moderna. Para tanto, faz uma análise do trabalho destes sob enfoque da família, educação e sociedade. Esta, deveria garantir aos seus membros todos os direitos, já que sozinhos não poderiam fazê-lo. A burguesia e aristocracia, preocupam-se apenas com suas crianças, da sua classe. Na classe operária é diferente.



O trabalho individual nem sempre compreende o verdadeiro interesse de seus filhos nas condições normais do desenvolvimento humano. O setor mais culto desta classe, considera a formação muito importante, julgando necessário aliar ao trabalho a educação, que pode ser classificada em intelectual, corporal e tecnológica.Acredita-se que esta formação aliada ao trabalho produtivo, eleverá a classe operária a cima dos níveis das classes burguesa e aistocrática.Engels repudia a degradação moral causada pela exploração capitalista do trabalho de mulheres e crianças.



A preocupação com o intelectual, afetado pelo trabalho operário, fez com que o parlamento inglês promulgasse a lei fabril, garantindo às crianças 3 horas por dia na escola com umprofessor responsável.Tal lei prevê nº de hora e dias, frequencia e assiduidade de cada aluno, de acordo com sua idade e ocupação.Nos anos seguintes a lei obteve modificações a fim de beneficiar os verdadeiros projudicados neste sistema, mas com discordância por parte de alguns empregadores.



Marx e Engels, pretende, não retornar a situações pré- capitalista, mas ir além do capitalismo, e essa superação só pode se realizar acentuando as contradições e desenvolvendo as possibilidades do próprio capitalismo.As propostas de Marx e Engels se movem num horizonte bem concreto: criticar a atual instituição escolar e mudá-la.Estavam conscientes das necessidades culturais, cientificas e técnicas, das forças produtivas que a sociedade industrial havia posto em marcha.Ambos procuravam fugir das colocações abstratas. A situação que lhes interessava é a dos trabalhadores e o modelo que pensam é o de uma estrutura social onde os trabalhadores tenha a hegemonia, onde desapareça a divisão do trabalho e a FELICIDADE substitua a NECESSIDADE. A relação entre a divisão do trabalho e a educação e o ensino não é uma mera proximidade e nem uma mera consequência, mas é uma articulação profunda que explica com toda claridade os processos educativos e manifesta os pontos em que é necessário pressionar para conseguir sua transformação,conseguindo não só e emancipação social, mas também e de forma muito especial a emancipação humana.



O texto retrata a situação de crianças do século passado, mas parece que faz uma relação com algumas crianças que conhecemos. Muitos de nossos alunos também necessitam trabalhar para ajudar no sustento em casa. Muitas vezes eles mesmos são responsáveis pela parte financeira, ou quando mão ocupam esta posição, precisam cuidar dos afazeres domésticos e dos irmãos menores enquanto os pais trabalham. nestes casos, a educação nem sempre é valorizada, pois faltam a aula, sem dar explicações à professora, e sem motivação pessoal e incentivo da família, acabam evadindo.Como naquele tempo, também temos uma lei que, de certa forma, ampara nossas crianças: o ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas na prática sabem que ele não é respeitado.





E nós, professoras?...

O que temo a ver com tudo isso?



É importante considerar que Marx e Engels ou até mesmo Paulo Freire preocupavam-se e se mobilizavam em torno das pessoas trabalhadoras, com o objetivo de torná-las mais felizes, o mundo menos injusto.Deixaram escrito isto.E nós não temos a competência de conhecer em nosso tempo e nem concretizar este sonho que fez parte de obras destes educadores.Lamentamos.



É muito complicado essa questão, pois trabalhamos numa realidade bastante carente, em que muitas crianças precisam trabalhar para sobreviver... Como vou convencer os pais da criança que contribui financeiramente em casa, da importância da escola na sua vida? É certo pedir para que parem de trabalhar? Muitas foram as conquistas da mulher até os tempos atuais, mas será que tais conquistas nos dá a igualdade social? E que benefícios através da igualdade social a mulher busca com relação ao homem? É uma questão bastante delicada, mas não pode ficar sem a nossa ação. De alguma forma precisamos contribuir para a reversão deste quadro

 

ECS - Semana 10 / atividade 10

Publiquei o início de minha wikistoria. Que atividade interessante! A possibilidade de interação e de formulação conjunta de uma história nos faz pensar, de imediato, na colaboração e responsabilidade necessárias para o bom resultado final de uma tarefa deste porte.