terça-feira, outubro 31, 2006

ECS 4 - Rever os próprios trabalhos e os blogs de colegas

Por que nos acostumamos ao ritmo frenético de nosso cotidiano? Definitivamente, uma parada é necessária e esta foi a oportunidade oferecida pela tarefa: visitar os blogs dos colegas, deixar-lhes recados e repensar em nossa caminhada até o momento.

Os blogs que visitei, de quatro colegas de Gravataí – Nara Oliveira, marta Capistrano, Sabrina e Fárida – mostram o quanto cada um de nós já cresceu desde o primeiro dia. Ainda é latente a lembrança da aula inaugural, na qual o ROODA pouco significava para nós, pois não tínhamos a exata noção do que este ambiente virtual representaria em nossa trajetória. Os encontros foram sucedendo-se e, semanas depois, percebe-se uma maioria muito à vontade a navegar neste novo mundo, utilizando termos recém apresentados – webfolio, fórum, interRooda – com uma naturalidade tal que atesta o quão comprometidos estão com seu trabalho.

Quanto a mim, embora tenha familiaridade com a informática e seus recursos, mesmo nos softwares mais simples e que, por isso mesmo, por vezes pode-se acreditar já saber tudo acerca de seus recursos, percebo que existem muitas possibilidades por ser exploradas. Ou seja, a aprendizagem jamais se esgota, pois sempre há um novo ponto de vista a ser considerado.

ECS 2 - Avaliação/compreensão sobre os ambientes e projetos visitados.

Acessando os endereços recomendados na atividade 02 da primeira semana percebi quanto o educador pode alavancar seu trabalho utilizando-se dessa rica ferramenta chamada blog.

É notável a autonomia que o blog confere tanto ao professor quanto ao educando, visto que o mesmo é de fácil criação e de uma manutenção igualmente sem traumas, possibilitando, ainda, uma interação entre o criador do blog e todos aqueles que o acessarem. Aliás, esta propriedade de tornar-se um canal de comunicação coloca em cheque a opinião daqueles que pregam um distanciamento que o ambiente virtual criaria entre as pessoas. Ao longo das visitas, ponderei o quanto um aluno mais retraído, tímido, poderia expor suas idéias enquanto registra suas descobertas sobre um determinado tema, sem a aflição experimentada ao falar em público. Por meio do blog, seu público, ainda que muito maior, torna-se muito menos ameaçador, mostrando-se, através da interação possível, um colaborador, discutindo diferentes pontos de vista.

Gostaria de destacar o endereço http://quemfaz.blogspot.com/ pois o mesmo traz experiências de escolas públicas utilizando tecnologias que são 100% aplicáveis em nosso cotidiano escolar. Tais relatos mostram o quão absurdo é o esquivar-se de tais possibilidades por parte daqueles que dizem "ter medo" do computador ou não gostar da "máquina". Ainda que em uma escola não seja imprescindível o seu uso, é inegável o ganho de qualidade no fazer pedagógico a medida que o computador é explorado do modo como este blog sobre experiências evidencia.

domingo, outubro 29, 2006

IMAGEM PARA ECS8



Esta é minha imagem para a atividade em grupo ECS 8.

Meu e-mail é: paulomedeiros1967@yahoo.com.br

quarta-feira, outubro 25, 2006

ECS 5 - WEBER 1 - Conteúdo do debate no fórum


O espaço para FÓRUM no ROODA sempre foi um lugar para trocar idéias. Entretanto, o tema proposto – como podemos usar o texto de Durkheim para entender nossa escola – com certeza foi o que mais motivou-nos para uma discussão enriquecedora. Os comentários ali escritos são o espelho de nossa pluralidade enquanto educadores, assim como refletem as diferenças e similitudes de nossas escolas.

O maior fruto colhido neste fórum até o momento dá conta da responsabilidade de cada segmento no que diz respeito à escola. Enquanto alguns afirmam que são os professores os responsáveis e os detentores do poder de mudar a escola, outros, acertadamente, concluem que essa não existe apenas com mestres, mas alunos e pais, sem falar nos funcionários e nas equipes diretiva e pedagógica. Ou seja, quando se fala em alguma responsabilidade, esta é de todos. Não é papel da escola assumir o que é da família e vice-versa. No mínimo, a família precisa fazer com que a criança estabeleça seus primeiros vínculos afetivos (Durkheim afirma que, ao nascer, uma criança só se relaciona com ela mesma) por meio de referenciais sadios.

Minha participação neste fórum em particular se deu em dois momentos, ao mesmo tempo em que acompanho atentamente cada nova postagem inserida.

Semana 4 / ECS 6 - Weber II

Registre, em seu blog individual, duas situações vividas no seu local de trabalho, que possam ser analisadas a partir da teoria de Weber.


Relato número 1:

Época de eleições para direção de escola em que eu lecionava. Eu e mais duas colegas concorríamos em uma chapa que buscava conquistar o lugar ocupado, fazia muitos anos, pela mesma direção, a qual estava a concorrer mais uma vez.

Não havia favoritos, conforme podíamos perceber no dia a dia. Porém, a medida que o momento da escolha se aproximava, percebemos um distanciamento de toda a equipe diretiva de então para conosco, como se houvéssemos nos tornado “personas non gratas” para toda a escola, visto que começaram a surgir comentários. Mas que tipo de comentários? Alertavam para o fato de que a saída da direção que tanto já fizera pela escola (ao menos apregoavam haver feito) traria toda a sorte de equívocos administrativos e pedagógicos, para não citar os reais termos que passaram a ser lançados em nossa face.

A eleição chegou. Em uma primeira apuração tivemos um empate. Contudo, uma de nossas fiscais percebeu que um voto fora “desconsiderado”. Coincidentemente, era um voto que nos dava crédito. Na recontagem, ganhamos em função deste único voto.

Todos os integrantes da outra chapa passaram a gritar, isso mesmo, a gritar conosco. Diziam que iríamos acabar com a escola que eles tanto lutaram para erguer (a mesma retórica destemperada pré-eleição). A diretora de então caiu em um pranto assustador, pois ouvíamos seu choro que vinha de uma outra sala, aquela que considerava sua: a sala da direção.

O ano seguinte mostrou, óbvio, que a escola não cairia em retrocesso de forma alguma, bem pelo contrário. Mas disso tudo ficou um alerta: algumas pessoas simplesmente não toleram a idéia de perder o poder, assim como àqueles que representam, a seus olhos, uma ameaça de se tornarem protagonistas desejosos de mudarem o cenário. Tornam-se irreconhecíveis quando questionadas e até mesmo violentas quando percebem que perderam algo que, neste caso, apenas lhes fora confiado por algum tempo.

Conclusão: se um cargo qualquer nos faz mudar de pessoas amáveis para indivíduos mesquinhos, nos tornando arrogantes e prepotentes, somos muito pequenos para assumí-lo.

Relato número 2:
Foi um único dia em meus 39 anos de idade, quase 20 de magistério. Contudo, chocou-me de tal forma que muitos anos tendo se passado, ainda o recordo sempre que um conselho de classe final se aproxima.

Éramos então seis professores de turmas de 4ª série. Eu trabalhava com Matemática, e cada colega assumira uma ou mais disciplinas, de acordo com a carga horária exigida legalmente. Tínhamos quatro turmas maravilhosas, daquelas que marcam nossa memória apenas com os melhores exemplos de dedicação e entusiasmo por parte de alunos, pais e professores.

Aconteceu que, na última das quatro turmas, uma colega de trabalho, que tinha o ensino da Língua Portuguesa como sua responsabilidade, passou a afirmar que um determinado aluno não tinha as mínimas condições de ser aprovado para a série seguinte. A princípio, trata-se de um comentário que praticamente todo professor já ouviu ou proferiu alguma vez. Contudo, aquele não se tratava de um caso qualquer, pois os demais professores não concordavam com o parecer que ouviam. Enquanto nos era afirmado que ele sequer sabia ler corretamente e que a interpretação de textos tratava-se de uma tarefa impossível para o aluno, argumentávamos contra, citando sua habilidade de interpretar desafios matemáticos e resolvê-los, assim como uma nada desprezível capacidade de compreender os dados em um atlas, respondendo praticamente todos os questionamentos que lhe fossem feitos de forma correta.

A reunião simplesmente parou. As pessoas ficaram nervosas, começaram a elevar o tom da voz, pois percebiam, de um lado, que a professora não se deixaria demover de sua convicção em prol da reprovação e, de outro, que todos os demais professores estavam sendo questionados em sua capacidade de realmente avaliar aquele aluno. O resultado não foi positivo para qualquer um dos protagonistas daquela situação: a reprovação aconteceu, os professores se afastaram daquela colega irredutível, a qual acabou solicitando remanejo de escola e provamos o quanto uma decisão equivocada e alicerçada em crenças pode causar uma tragédia emocional na vida de muitos que nos rodeiam, assim como em nós mesmos.

Isso ocorreu em um tempo que a nota obtida por um aluno exclusivamente através de provas escritas decidia completamente seu momento presente... embora ainda percebamos reflexos dessa prática de avaliação unilateral em várias de nossas escolas. Mas o que se escondia por detrás da postura inflexível de nossa colega da Língua Portuguesa era tanto uma necessidade de reafirmar o poder que detinha sendo ela a professora, quanto lembrar ao menino e a todos a seu redor que ele continuava sendo o aluno, visto hierarquicamente abaixo da sua posição de educadora. Ousaria dizer que, à luz de Weber, trata-se de uma dominação tradicional, pois existia uma certeza da impunidade baseada na crença dos poderes e da santidade que a professora assumira para si mesma. Permitir que o aluno fosse aprovado, antes de sinal de humildade, admitindo haver avaliado parcialmente o aluno, “poria em perigo a legitimidade de seu próprio domínio”.

domingo, outubro 22, 2006

ECS 5 - WEBER 1 - VISITA AOS BLOGS DE COLEGAS


Após fazer meu texto acerca das idéias de Weber, procurando contextualizá-las em seu próprio tempo, visitei o blog de quatro colegas que já haviam concluído seus trabalhos acerca do sociólogo alemão: Verônica Davila, Nara Oliveira, Catia e Patrícia Rosso. Deixei um comentário em seus blogs pessoais acerca de seus textos, todos excelentes.

ECS 5 Weber 1 - Max Weber - Análise da Dominação Legítima

Para bem entender as idéias de Max Weber, é mister ter em mente que o intelectual, historiador, político e sociólogo alemão buscava elevar a sociologia ao status de ciência autônoma, baseada em fatos empíricos, sendo ele um dos fundadores da sociologia moderna, ao lado de Émile Durkheim, Karl Marx e Vilfredo Pareto.

Conforme Weber, religião e família são entes culturais que estendem seus tentáculos à própria estrutura econômica. É importante considerar que em seu tempo, muito mais que atualmente, religião e família ditavam regras de conduta a serem seguidas. Weber justamente combatia esta influência do clero, notadamente da igreja católica. Detalhe: ele era filho de protestantes. E como para Weber não existe uma ligação entre ciência e ideologia, o enfrentamento com a igreja, o mesmo dando-se em relação a esfera da política, irracional e influenciada pela paixão, era conseqüência compreensível.

Através de “Os três tipos puros de dominação legítima”, Weber descreve a burocratização da dominação e a ascensão ao poder de forma a cercear a vida humana em um complexo conjunto de regras e controle racional. Segundo ele, a dominação – probabilidade de encontrar obediência – pode ser de três tipos: legal, tradicional e carismática.

A primeira impõem-se por meio de um estatuto. Seu cerne está na possibilidade de instituir e alterar direitos mediante um estatuto. Obedece-se à rega estatuída, sendo que quem ordena também obedece a uma regra concomitantemente à emissão de sua ordem. Aquele que ordena é o “superior” e seu quadro é formado por “funcionários”. Os funcionários são introduzidos conforme sua formação profissional.

O segundo tipo – tradicional – decorre pela crença nos poderes senhoriais, dado que o poder patriarcal é seu exemplo mais puro. Aquele que ordena é o “senhor”, sendo que forma seu quadro um conjunto de “servidores”. Seu estatuto tem caráter imutável, fruto da sabedoria, e seu conteúdo está amparado na tradição. Os servidores têm vínculos de fidelidade junto ao senhor – familiares, favoritos, vassalos - e permanecem em seu cargo baseados mais por usa dócil capacidade de servir ao senhor do que propriamente por sua formação.

O terceiro tipo de dominação – carismática – dá-se pela devoção afetiva à figura do senhor, fruto de seu carisma, advindo de sua oratória envolvente, capacidade intelectual ou heroísmo. Os tipos mais explícitos são o demagogo, o herói e o profeta. Aqui, o tipo que manda é denominado “líder”, e quem o obedece é tomado como “apóstolo” ou seguidor. Na escolha do quadro administrativo, pesa mais o carisma e vocação pessoal do seguidor, em detrimento de uma formação profissional. A administração carece de regras, estatuais ou tradicionais, sendo sua característica as decisões particulares diante do direito que o líder sugere possuir.

Através de uma atenta leitura do pensamento de Max Weber, percebemos na nossa sociedade os três tipo de dominação, bastando olhar para nossas Escolas – dominação legal – as famílias em geral – dominação tradicional – e as relações de poder de negociação, determinando quem permanece e quem sai ao longo de um mandato na política brasileira, claramente desnudada por Weber ao descrever a dominação carismática.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Análise de dois blogs educacionais

Primeiro Blog analisado:
Endereço: http://infoedu.zip.net/
Nome: Infoedu
Proposta: apresentar projeto de pesquisa sobre o uso de blogs em encontro sobre weblogs.
O blog é extremamente didático. Suas primeiras orientações dão conta do passo a passo da criação de um blog. Clicando no link http://www.labin.lasalle.tche.br/infoedu/blog_pedagogico/textos/site_criacao.pdf o internauta é direcionado para um texto em PDF que orienta de forma excepcional na escolha do servidor que hospedará o blog a ser criado, indicando quais são gratuitos, quais são pagos, que tipo de cadastro exigem, entre outras orientações.
Este blog contempla o que se define como blog pedagógico, isto é, “uma alternativa para comunicação na educação e um excelente meio para oferecer uma formação descentralizada.”

Segundo blog analisado:
Endereço: http://www.fpce.ul.pt/pessoal/ulfpcost/te3aula2003/blog/
Nome: Vamos blogar?
Proposta: ser um guia sobre blogs, resgatando seu histórico recente, destacando também a opinião de quem tem ou deseja ter um blog.
O blog inicia com uma resgate histórico do uso de weblogs, ou blogs, como se tornaram conhecidas as páginas da internet que receberam este nome inicial. O autor destaca que os blogueiros já somam o meio milhão de usuários de internet, mas certamente este número encontra-se defasado, pois a última atualização do blog foi em setembro de 2003, o que é muito tempo em se tratando de mundo virtual.
Podemos conferir uma lista pequena de links acerca dessa nova ferramenta e, finalmente, talvez o mais interessante: a opinião de diferentes internautas acerca da utilização do blog, alguns profetizando tratar-se apenas de modismo, outros destacando suas potencialidades no cotidiano.
Ainda que este segundo blog analisado não pareça, à primeira vista, encaixar-se na definição de blog pedagógico acima expressa, o mesmo cumpre seu papel enquanto objeto de reflexão acerca do tema que se propõe tratar.

domingo, outubro 08, 2006

A educação como processo socializador

1. Qual a posição de Durkheim frente ao que diz Stuart Mill?
Visto que Stuart Mill define como educação “tudo aquilo que fazemos por nós mesmos, e tudo aquilo que os outros intentam fazer com o fim de aproximar-nos da perfeição de nossa natureza”, Durkheim afirma que a “influência das coisas sobre os homens é diversa, já pelos processos, já pelos resultados daquela que provém dos próprios homens; e a ação dos membros de uma mesma geração, uns sobre outros, difere da que os adultos exercem sobre as crianças e adolescentes”.

2. Quais as duas definições ressaltadas por Durkheim? Explique o ponto fraco em que incorrem?
A primeira assegura que o fim da educação é “desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que ele seja capaz”.
A segunda definição, totalmente utilitária, pressupõe uma educação que objetiva “fazer do indivíduo um instrumento de felicidade para si mesmo e para seus semelhantes”.
O ponto fraco em que a primeira definição incorre dá-se porque não seria integralmente realizável, pois “essa harmonia teórica se acha em contradição com outra regra da conduta humana, menos imperiosa: aquela que nos obriga a nos dedicarmos a uma tarefa, restrita e especializada. Não podemos, nem nos devemos dedicar, todos, ao mesmo gênero de vida; temos segundo nossas aptidões, diferentes funções a preencher, e será preciso que nos coloquemos em harmonia com o trabalho que nos incumbe.” Já a segunda definição expõe seu ponto fraco ao negligenciar que “a felicidade é coisa essencialmente subjetiva, que cada um aprecia a seu modo” deixando, “portanto, indeterminado o fim da educação, e por conseqüência a própria educação, que fica entregue ao arbítrio individual”.

3. O que é preciso, de acordo com Durkheim, para definir educação?
Estar atento para o grupo social, o momento histórico, os costumes e as idéias que formam uma sociedade. Assim, segundo Durkheim, “quando se estuda historicamente a maneira pela qual se formaram e se desenvolveram os sistemas de educação, percebe-se que eles dependem da religião, da organização política, do grau de desenvolvimento das ciências, do estado das indústrias, etc. Para definir educação, será preciso, pois, considerar os sistemas educativos que ora existem, ou tenham existido, tomá-los, e aprender deles os caracteres comuns. O conjunto desses caracteres constituirá a definição que procuramos.”

4. De acordo com Durkheim, que fatos levam cada sociedade a fazer do homem certo ideal, tanto do ponto de vista intelectual quanto físico e moral?
“Não há povo em que não exista certo número de idéias de sentimentos e de práticas que a educação deve inculcar a todas as crianças, indistintamente, seja qual for a categoria social a que pertençam. Mesmo onde a sociedade esteja dividida em castas fechadas, há sempre uma religião comum a todas e, por com princípios de cultura religiosa fundamentais, que serão os mesmos para toda a gente. No decurso da história, constituiu-se todo um conjunto de idéias acerca da natureza humana, sobre a importância respectiva de nossas diversas faculdades, sobre o direito e sobre o dever, sobre a sociedade o indivíduo, o progresso, a ciência, arte etc... idéias essas que são a base mesma do espírito nacional; toda e qualquer educação a do rico e a do pobre, a que conduz às carreiras liberais, como a que prepara para as funções industriais, tem por objeto fixar essas idéias na consciência dos educandos.

5. Segundo o autor, que função o "ïdeal" a ser realizado têm que suscitar na criança?
De acordo com Durkheim, o “ideal” deverá suscitar na criança: a) um certo número de estados físicos e mentais que a sociedade considera como indispensáveis a todos os seus membros; b) certos estados físicos e mentais, que o grupo social particular (casta, classe, família, profissão) considera igualmente indispensáveis a todos que o formam. A sociedade, em seu conjunto, e cada meio social em particular, é que determinam este ideal a ser realizado.

6. A partir da definição "A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destine" o que conclui Durkheim? Explique ?
Durkheim conclui que “a educação consiste numa socialização metódica das novas gerações.” Atenta o autor para a existência de dois seres em cada um de nós. “Um, constituído de todos os estados membros que não se relacionam senão conosco mesmo e com os acontecimentos de nossa vida pessoal; é o que se poderia chamar ser individual. O outro é um sistema de idéias, sentimentos e hábitos, que exprimem em nós, não a nossa personalidade, mas o grupo ou grupos diferentes de que fazemos parte; tais são as crenças religiosas, as crenças e práticas morais, as tradições nacionais ou profissionais, as opiniões coletivas de toda a espécie. Seu conjunto forma o ser social. Constituir esse ser social em cada um de nós tal é o fim da educação.”

7. Como o autor explica que sociedade e indivíduo são idéias dependentes?
O autor explica que o indivíduo, visando aprimorar a sociedade, visa melhorar a si mesmo. “Por sua vez, a ação exercida pela sociedade, especialmente através da educação, não tem por objeto, ou por efeito, comprimir o indivíduo, amesquinhá-lo, desnaturá-lo, mas ao contrário engrandecê-lo e torná-lo criatura verdadeira humana. Sem dúvida, o indivíduo não pode engrandecer senão pelo próprio esforço. O poder do esforço constitui, precisamente, uma das características essenciais do homem.”

domingo, outubro 01, 2006

EPPC 2 - Currículo, Didática e Projeto Político Pedagógico

O que entendo por Currículo, Didática e por Projeto Político-Pedagógico da Escola?
Acredito que a escola da cartilha, aquela na qual bastava um livro, quadro e giz para ensinar conteúdos há muito se desfez ou, no mínimo, encontra-se em franco processo de extinção. O projeto político pedagógico, o currículo e a didática firmaram-se muito além do terreno dos simples conceitos, tornando-se um espelho da instituição, uma planificação do que se ensina e a forma adotada para desenvolvê-los, respectivamente.
A didática supera qualquer tentativa de rotulá-la apenas como um conjunto de regras que venham a qualificar a prática docente. O foco da didática é seguramente mais amplo, tendo no professor e no aluno não um fim, mas elementos que contribuirão para o bom desenvolvimento de um componente curricular (matéria, disciplina) ou conteúdo, inseridos em um contexto particular de aprendizagem, apresentando as estratégias metodológicas adequadas para que objetivos traçados sejam contemplados. Neste sentido, existe uma interação óbvia entre didática e currículo, pois enquanto a primeira promove (embora não garanta, sozinha, um resultado positivo) o próprio fazer pedagógico, o segundo planifica os conceitos que serão construídos.
A refletir o contexto no qual a escola encontra-se inserida, o projeto político pedagógico clarifica a prática da instituição, abrangendo aspectos como a organização da instituição, os objetivos educacionais traçados, a metodologia adotada para bem alcançá-los e a avaliação da aprendizagem ao longo do processo pedagógico. Ele precisa ser participativo, fruto da colaboração de todos os segmentos de uma escola, pois irá resignificar a ação de todos os seus agentes.