Escrevo este pequeno texto aos colegas de meu grupo de PEAD e a todos os que acessem o blog, relativo ao trabalho solicitado na atividade ECS8, na qual somos orientados a escrever acerca de nossas experiências no curso, os desafios enfrentados, conquistas, expectativas, etc.
Tem sido extremamente prazeroso estudar utilizando computador, os inúmeros recursos disponibilizados através do Rooda, o contato com os colegas via e-mail e a ausência de um horário inflexível de aulas diárias, como aconteceria em um curso presencial.
Alguns colegas, percebo pelos relatos nos fóruns, justamente queixam-se da pouca troca face a face com os demais. Pois a possibilidade da quietude, do retiro para estudar no recanto eleito em meu próprio lar foi, a princípio, o que me motivou a inscrever-me no vestibular assim que anunciado. Sempre preteri os trabalhos em grupo quando adolescente e mesmo adulto. Embora nunca tenha confundido tal opção com dificuldade para trabalhar em equipe, a educação a distância respeita meu próprio tempo, visto que nem todas as atividades necessitam do mesmo período de horas para serem realizadas.
Anos atrás, estudando no Japão, passava cerca de doze horas frente a uma escrivaninha em um laboratório de química, compartilhando-o diariamente com um professor e outros cinco alunos japoneses. O ritmo de trabalho era constante, mas sem pressão, ou seja, não havia prazos curtos para a apresentação de trabalhos. Deveriam, primeiramente, primar pela qualidade. E aquelas doze horas, a maioria imersas no mais completo silêncio que fazíamos, quando apenas sons do teclado dos computadores, o folhear das páginas dos livros ou os ruídos de algum experimento que estivesse certo aluno estivesse a conduzir promoviam uma atmosfera de introspecção e estudo. Ainda que, atualmente, eu não disponha das mesmas doze horas diárias para aplicar-me aos estudos, em função da carga horária de trabalho, procuro equacioná-las da melhor forma ao longo da semana.
Aliás, a escassez de tempo pode tornar-se uma dificuldade para cada um de nós se este não for devidamente gerido. Desde o início do curso, incontáveis foram os finais de semana nos quais foi preciso deixar amigos de lado, a tv desligada, aquele livro esperando, entre outras coisas, prevalecendo todo o tempo disponível para as atividades programadas. Penso que se isso nos parece um tormento, estamos na modalidade errada de estudos ou trabalhando horas em demasiado ao longo da semana, destinando um período insuficiente para o que necessita de uma atenção maior: nossa formação.
A dificuldade maior que encontrei afirmaria ser por conta da postagem das atividades. Nada que nos impossibilite o trabalho, mas uma unicidade na publicação seria bem-vinda.
Causa-me igualmente certo desconforto quando me deparo com blogs de colegas repletos de registros que não lembrei de postar no meu blog pessoal. Por vezes leio alguma colega escrevendo sobre as visitas que fez ao demais blogs na semana 1, na semana 2 e assim sucessivamente e penso: deveria fazer o mesmo? Ou seja, devo transformar meu blog em um registro diário de tudo o que é pertinente ao estudos? Acho interessante isso, mas não estou certo se é o objetivo principal. E como escrevia sobre tempo, sendo este menor para uns do que para outros, quanto mais pudermos focar o mesmo em um número menor de tarefas, acredito que todos ganharão em qualidade na produção das mesmas.
Quanto às dificuldades encontradas, estas são diferentes de acordo com a interdisciplina. Por exemplo, até o momento todas as tarefas da interdisciplina Educação e Tecnologias da Comunicação e Informação exigiram o conhecimento que já possuo em informática. De qualquer modo, aprendi a explorar novos recursos em cada um dos softwares indicados, principalmente através dos tutoriais muito bem elaborados. Já nas demais interdisciplinas, percebi que foi preciso privilegiar o total silêncio para desenvolver as tarefas solicitadas, pois exigiam bastante leitura e reflexão (de modo algum estou afirmando que a interdisciplina de Educação e Tecnologias não necessite de concentração e retiro; apenas que não enfrentei dificuldades com os softwares).
E é na superação das dificuldades que refletimos acerca de nossas conquistas. E estas foram muitas para todas, estou certo, mesmo que em menor ou maior grau de importância aos olhos alheios à nossa trajetória pessoal. O próprio blog pessoal já é uma conquista, principalmente para aqueles colegas que não tinham muita intimidade com a informática. Acessar o Rooda, postar atividades, deixar recados no fórum e depoimentos sempre sinceros no diário de bordo – tudo representa o reflexo do progresso de cada um. Contudo, creio que experimentei um especial momento de conquista em uma determinada reunião pedagógica na Escola em que leciono, quando foi-nos pedido tecer algumas linhas acerca de um determinado tema. Notei o quanto as leituras indicadas pelos nossos professores da UFRGS contribuíram, mesmo nesses poucos meses de curso, para uma reflexão mais acurada, embasada em teorias e utilizando uma terminologia apropriada, comentário tecido pela equipe pedagógica em particular com relação à minha produção textual. Senti-me lisonjeado pelos comentários e grato aos meus professores.
Aliás, aproveitando que citei “comentários”, como tem sido importante receber por parte dos professores, tutores e colegas e-mails e comentários acerca das atividades que são publicadas! Percebo que as palavras não são digitadas a esmo e que todos realmente preocupam-se em elogiar algo bem feito. E quem não gosta de receber um parecer positivo acerca do que compartilha com tanto prazer?
A respeito dos pareceres, já aconteceu de receber de uma tutora um alerta para uma atividade que eu postara anteriormente, mais precisamente sobre o painel da escola a partir de uma imagem desta, dando conta que meu trabalho não correspondia necessariamente ao que fora pedido. Percebi, após rever meu trabalho que, realmente, o resultado estava longe de representar o que um aluno da UFRGS e professor teria condições de fazer. Grato por receber um estímulo para refazer o painel, notei que preocupara-me mais na manipulação da imagem escolhida, alterando digitalmente vários elementos para agregar um novo sentido à fotografia escolhida, deixando involuntariamente a concepção de escola para um segundo plano. Em tempo: esta atenção da tutora fez-me experimentar o quão podemos crescer a partir de um erro quando bem orientados.
Quanto às expectativas para os próximos meses, acredito que seremos todos mais e mais cobrados, o que será um estímulo na busca por lapidação pessoal e profissional. Creio igualmente que certas dificuldades encontradas neste semestre estarão fadadas ao passado, cedendo lugar a outras com as quais todos precisaremos lidar. O importante é que mantenhamos em mente o que nos trouxe à UFRGS e que não permitamos que colega algum se esqueça o quão imperativo é para o nosso trabalho qualificar nossa práxis cotidiana.