quarta-feira, novembro 15, 2006

EPPC 11

Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de EducaçãoPedagogia a distância: Anos iniciais do Ensino Fundamental (PEAD)Aluno: Paulo Assis Costa MedeirosPólo: Gravataí
Interdisciplina: ESCOLA, PROJETO PEDAGÓGICO E CURRÍCULO
Professora: Rosane Aragon de Nevado
Unidade: 6
Atividade: 11
Data: 15 de novembro de 2006

Filme escolhido: Escola do Rock

Ficha Técnica do Filme
Título Original: School of Rock
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 108 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2003
Site Oficial: www.schoolofrockmovie.com
Estúdio: Paramount Pictures / Scott Rudin Productions / MFP Munich Film Partners GmbH & Company I. Productions
Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Richard Linklater
Roteiro: Mike White
Produção: Scott Rudin
Música: Craig Wedren
Fotografia: Rogier Stoffers
Desenho de Produção: Jeremy Conway
Direção de Arte: Adam Scher
Figurino: Karen Patch
Edição: Sandra Adair

Elenco:
Jack Black (Dewey Finn), Mike White (Ned Schneebly), Joan Cusack (Rosalie Mullins), Sarah Silverman (Patty Di Marco), Joey Gaydos Jr. (Zack), Miranda Cosgrove (Summer Hathaway), Kevin Alexander Clark (Freddy Jones), Robert Tsai (Lawrence), Maryam Hassan (Tomika, Rebecca Brown (Katie), Caitlin Hale (Marta), Aleisha Allen (Alicia), Brian Falduto (Billy), Zachary Infante (Gordon), James Hosey (Marco), Angelo Massagli (Frankie).

Questões para análise:
a) Qual é o tipo de escola retratado no filme?
b) O que fez o professor para ensinar?
c) O que mostra que os alunos estão aprendendo?
d) Todos os alunos aprendem do mesmo jeito?
e) Todos os alunos podem ser tratados da mesma maneira?
f) Como lidar com as diferenças?

O filme tem todos os elementos presentes para um desastre cinematográfico: uma fórmula já conhecida do professor que desafia normas rígidas de uma escola de elite, causando mudanças profundas no corpo discente e docente, aproximando pais e filhos e, de quebra, lapidando seu próprio perfil pessoal, geralmente um caos neste tipo de personagem.

Contudo, as quase duas horas de picaretagem, trapaças, ensaios musicais, revelações de foro íntimo e superações pessoais resultam numa excelente surpresa de hollywood. Aliás, haver escalado o ator e cantor de rock Jack Black confere uma aura de veracidade às palavras do professor nada convencional quanto este fala da importância de não desistir dos sonhos, por mais que as pessoas os ridicularizem.

Também é importante frisar que as crianças presentes no filme foram escaladas mais pelo talento musical (todos realmente tocam os próprios instrumentos) do que pela capacidade de interpretação, ainda que nem nesta área deixem a desejar.

As crianças estudam em uma escola privada, dirigida por uma senhora inflexível quanto às regras, a qual apresenta uma grande insegurança no contato com os pais dos alunos. Enquanto se mostra severa na punição de qualquer falha de alunos e professores, não demonstra a mesma tenacidade em cobrar uma presença maior dos pais no cotidiano escolar de seus filhos, visto que os responsáveis somente aparecem na escola na chamada “noite dos pais”. Trata-se de uma instituição possuidora de todos os recursos didáticos e tecnológicos imagináveis e que, aparentemente, possui um corpo docente impecável em seus currículos. Aliás, por isso mesmo é que percebemos que apenas em uma obra de ficção um farsante como o retratado por Jack Black poderia lecionar em tal escola.

Como tal, o senhor S, nome dado ao “professor”, mostrou-se completamente perdido nos primeiros minutos com os alunos em sua estréia como substituto de uma professora. Visto que os alunos já estavam visivelmente acostumados com uma rotina imutável, sua perplexidade era tamanha perante o dito professor que imediatamente contestaram suas idéias nada ortodoxas para aquele primeiro dia de atividades. Contudo, a rejeição inicial deu lugar à aceitação das sugestões do senhor S quando este passou a destacar nos alunos suas habilidades completamente ignoradas tantos pela escola quanto por suas famílias.

No filme, o que mostrava que os alunos estavam aprendendo eram suas intervenções criativas que ajudavam a todo instante ao próprio professor na condução das tarefas propostas. Um exemplo claro de tal afirmação fica por conta do menino que criou. em apenas três dias, e sem o auxílio direto do professor, uma complexa sequência de iluminação e animação computadorizada para a apresentação dos colegas da banda de rock. Porém, o diretor deixou claro que as crianças não aprendem do mesmo modo, fazendo com que alguns alunos do senhor S o desafiassem constantemente mostrando-se completamente desmotivados por não acreditarem que tivessem qualquer talento. Certos alunos necessitavam apenas de uma ou duas palavras de incentivo, enquanto outro exigiam uma atenção exclusiva, particular e quase permanente para que correspondessem aos objetivos do grupo. Mas, aparentemente, o professor pecava ao demonstrar desinteresse pelas sugestões dos pequenos. Por exemplo, com o menino estilista, temos um excelente exemplo de perseverança, pois mesmo quando tem suas sugestões de roupas para o grupo completamente reprovadas, agarra-se a um comentário dito ao acaso e quase ironicamente – melhor usar uniformes no palco – transformando tal sarcasmo em ponto de partida para a criação de roupas que eram nada mais que uma revisão do uniforme escolar, agregando a este elementos próprios de uma banda de rock.

Os alunos não eram tratados da mesma maneira, desmistificando a idéia muito presente de que todos os alunos são iguais aos olhos do professor. Ainda que os educadores não façam distinção entre seus alunos na sua capacidade de aceitá-los em suas diferenças, o senhor S nos mostra o quão importante é não mascarar as diferenças de cada criança, estando alerta para as situações em que tais diferenças podem ser valorizadas, para promover a inclusão de cada um em seu grupo, tendo presente entre as crianças que não há ser humano apto a tudo, sabedouro de todas as coisas e que cada um pode e precisa contribuir com o que é para que possamos todos crescer juntos.

2 comentários:

Ana Lucia Alves disse...

Paulo, adorei tua dica. Já assisti esse filme "Escola do Rock" umas cinco vezes;mas cada vez que assisto tenho outra visão da mensagem. Amo filmes, pena que não tenho muito tempo para assistir. Mas hoje me dei esse tempo. Valeu, abraços. Ana - Alvorada.

biapedag.blogspot.com disse...

Oi, Paulo. Já sabia que o filme iria passar mas gostei muito de receber teu e-mail, avisando. Agradeço. Também achei muito pertinentes as tuas colocações sobre o filme. Tenho o hábito de visitar teu blog e o de algumas de tuas colegas. Entretanto, não havia postado mais de um comentário. Estou reparando isso, agora. Admiro tua caminhada profissional. Abraços. Quando puder, visite os meus Blogs. Bia Guterres